Ao Tempo Que Não Servimos Carapauzinhos De Escabeche

Já me tinha dito que quem viria a ter parte essencial no magno evento, na reviravolta da ordem natural da vida que tínhamos conhecido até aí, eram os altos traficantes de droga à escala mundial, e mais esses, bem vistas as coisas, do que os banqueiros, e assim até ao dia em que ambas as actividades se confundissem – dia esse que podia ser aquele preciso dia em vias de nascer. Os altos traficantes de droga estavam a mudar a fisionomia do mundo, da vida, da convivência. A droga estava a chegar ao consumidor com um grau de pureza nunca visto. Só por falar da heroína, já se vendia com um grau de pureza na ordem dos 60%. Era o progresso.
- Então, ouve lá, o progresso é o mais alto nível de alucinação que se possa arranjar? –perguntei.
- Claro que é! A chave dos segredos da vida, a pedra filosofal dos sistemas...
A próxima revolução mundial não precisava de tiros. Seria toda feita com dinheiro e drogas, o que iria dar no mesmo e aumentaria exponencialmente o nível de alucinação. Porque o tempo já não produzia revolucionários daqueles do passado, muito teóricos, muito inteligentes. Hoje, no mercado da revolução, já só se encontravam boçais terroristas religiosos.

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Ao Tempo Que Não Servimos Carapauzinhos De Escabeche

Já me tinha dito que quem viria a ter parte essencial no magno evento, na reviravolta da ordem natural da vida que tínhamos conhecido até aí, eram os altos traficantes de droga à escala mundial, e mais esses, bem vistas as coisas, do que os banqueiros, e assim até ao dia em que ambas as actividades se confundissem – dia esse que podia ser aquele preciso dia em vias de nascer. Os altos traficantes de droga estavam a mudar a fisionomia do mundo, da vida, da convivência. A droga estava a chegar ao consumidor com um grau de pureza nunca visto. Só por falar da heroína, já se vendia com um grau de pureza na ordem dos 60%. Era o progresso.
- Então, ouve lá, o progresso é o mais alto nível de alucinação que se possa arranjar? –perguntei.
- Claro que é! A chave dos segredos da vida, a pedra filosofal dos sistemas...
A próxima revolução mundial não precisava de tiros. Seria toda feita com dinheiro e drogas, o que iria dar no mesmo e aumentaria exponencialmente o nível de alucinação. Porque o tempo já não produzia revolucionários daqueles do passado, muito teóricos, muito inteligentes. Hoje, no mercado da revolução, já só se encontravam boçais terroristas religiosos.

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by Sally Guttmacher
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Já me tinha dito que quem viria a ter parte essencial no magno evento, na reviravolta da ordem natural da vida que tínhamos conhecido até aí, eram os altos traficantes de droga à escala mundial, e mais esses, bem vistas as coisas, do que os banqueiros, e assim até ao dia em que ambas as actividades se confundissem – dia esse que podia ser aquele preciso dia em vias de nascer. Os altos traficantes de droga estavam a mudar a fisionomia do mundo, da vida, da convivência. A droga estava a chegar ao consumidor com um grau de pureza nunca visto. Só por falar da heroína, já se vendia com um grau de pureza na ordem dos 60%. Era o progresso.
- Então, ouve lá, o progresso é o mais alto nível de alucinação que se possa arranjar? –perguntei.
- Claro que é! A chave dos segredos da vida, a pedra filosofal dos sistemas...
A próxima revolução mundial não precisava de tiros. Seria toda feita com dinheiro e drogas, o que iria dar no mesmo e aumentaria exponencialmente o nível de alucinação. Porque o tempo já não produzia revolucionários daqueles do passado, muito teóricos, muito inteligentes. Hoje, no mercado da revolução, já só se encontravam boçais terroristas religiosos.


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BN ID: 2940046582574
Publisher: Chiado Editora
Publication date: 02/16/2015
Sold by: Smashwords
Format: eBook
File size: 3 MB
Language: Portuguese

About the Author

Personagem atípica e poli-disciplinar, Joel Costa nasceu em Lisboa e não tem a mínima formação universitária. Foi exercendo na vida e nas circunstâncias intersticiais do tempo, o inteiro e o parcial, diversas actividades: paquete, bancário, empregado de escritório, contra-guerrilheiro forçado, contabilista incompetente, dactilógrafo temporário, auxiliar de cartografias, cantor lírico, sindicalista, actor de cinema, novelista, dramaturgo, conferencista de pequeno (e por vezes mau) porte, assessor político, censor de espectáculos e ghost writer. Numa colaboração de dezassete anos com a RDP-Antena 2 foi autor de trabalhos que mereceram o reconhecimento do público e da crítica: QUESTÕES DE FAMÍLIA e QUESTÕES DE MORAL. Ainda em colaboração com a RDP-Antena 2, manteve a crónica semanal Recitativos a Seco no programa da manhã daquela estação, O Despertar dos Músicos. Como comediógrafo é autor de Isto é a Gente a Falar, peça levada à cena pelo grupo de teatro independente Intervalo. Como romancista publicou: BALADA PARA SÉRGIO VARELLA CID O ASSASSINO DE SALAZAR AQUELA MADRUGADA NO RITZ

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